início, (sem) meio e fim.

café na cama, iogurte de ameixa, torradas e biscoitos de goiaba. ele lavava a louça, ela ordenava. os dotes culinários eram dela. ele se deliciava em suas receitas (de como provar a vida). a praticidade, toda dele. o carinho era compartilhado. os cigarros depois da sobremesa eram motivos de conversas intermináveis. eles sorriam, riam um do outro. adoravam dividir o sofá surrado da sala. ela sempre adormecia. ele a levava para o quarto e dormiam de mãos dadas. faziam juras até nos sonhos. eram felizes. ela acreditava. ele cumpriu os votos. e assim, pintaram a casa de amarelo, a nova casa. porém apagaram tudo o que foi vivido. bastou esquecer da cumplicidade, apenas esquecer. não havia mais rotina boa, eles passaram a tomar café sozinhos.

Dias melhores virão?

Dias assim
Melhores até
Dias virão

Eu vou
Dou-me permissão
Agora é minha vez

Talvez opinião
Eu possa querer
Assim que precisar

Dias assim
Bonitos até
Dias virão

Eu vou
Já dei meu coração
Agora é sua vez

Um breve apego

Trago a tua força com um leve sopro
Tua energia é alimento sagrado
Num breve instante sinto em meu corpo
Sentir tua alma num eterno abraço

Samba de nós dois

No teu passo eu danço o meu samba
No teu ritmo o meu coração bate
Em minha boca tua música canta
Jura de amor que minha alma invade

E naquela euforia fazemos proeza
Em meio à fumaça dos amantes
Olhar de pertinho é tua esperteza
Chama do teu corpo escaldante

E me queimo no suor salgado
Meu, teu, nosso, amor boêmio
Bebo alegria sem o gosto amargo
Acordo em teus braços, amor ingênuo

E minhas mãos passeiam sobre ti
Corpo moreno desejo do além
Canto com voz tão doce assim
Só pra te encantar, meu bem, meu bem

Pesos e medidas

Como eu poderia medir o amor?
Por metros, litros, quilos?
O teu amor é mais distante que o meu?
O teu mar é maior que o meu?
O teu pesar é maior que o meu?
Abre-te.
Porque o amor não tem medida.